Durante muito tempo foi sendo formada a idéia de povos como se ainda vivessem há quinhentos anos. Que não se relacionavam com os não indígenas, que viviam em guerras, matando e morrendo, praticando a antropofagia (canibalismo). Essa realidade no Brasil tem mudado, graças ao bom trabalho desenvolvido pelos órgãos governamentais competentes e principalmente, em alguns casos, por poderem ter a oportunidade de ouvirem a respeito de alguém perfeito, sem mácula, sem pecado, que morreu em favor de cada um de nós. Alguém que suportou a vergonha da cruz, a dor pelos pecados de cada homem, de cada mulher, de cada criança na face da terra. Esse alguém é nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Diferentemente do que muitos acreditam, os povos indígenas tem uma complexa formação cultural. Muitas vezes a organização social de um povo indígena, seu governo, sua relação entre pais e filhos, entre anciãos e jovens, seus acertos para casamentos, posse de bens, como se relacionam com o “mundo espiritual”, se torna um grande desafio para pessoas que desejam entender esse funcionamento. Inicialmente podemos “achar” que esses povos não possuem qualquer forma de organização social, porém após convivermos com uma cultura assim, vemos que o que parece “simples” é muito mais profundo e complexo. Foi assim que Deus criou cada povo. Cada um com suas peculiaridades. Porém, povos tribais, seja no Brasil ou em qualquer outra parte do mundo, sua religião é o animismo. Para simplificar um pouco nosso entendimento a respeito do animismo, é a necessidade que povos tribais tem de apaziguar os espíritos que governam o mundo espiritual e material, para benefício próprio ou da comunidade. Não há separação entre mundo espiritual e material. Eles cultuam espíritos de ancestrais, acreditam em poderem da natureza... Eles também fazem uso de amuletos, ex.: colares. Para um povo tribal, um relâmpago é a ação de um espírito, um temporal é outro espírito, na mata há inúmeros espíritos, em animais, em árvores, enfim, tudo que é conhecido por esses povos é de domínio espiritual, mesmo que sejam coisas materiais. Por isso, esses povos vivem dia após dia tentando manipular e apaziguar a ira desses espíritos, para que suas atividades diárias possam ser bem sucedidas. Por exemplo, entre o povo Zoró, num dia de friagem é necessário que todos se acordem bem cedo, entre 4:30 e 5 hs da manhã, e fiquem expostos ao frio, sem nenhuma espécie de agasalho, pois eles acreditam que receberão força, energia, dessa friagem. Numa pescaria, na noite anterior, os homens tomam banho com uma erva para que fiquem preparados para fazerem uma boa pescaria e bem cedo, por volta das 4 da manhã, o chefe da aldeia se acorda e vai para o rio e começa a cantar o mais alto possível e se batendo com as mãos, pedindo para que ele possa pescar muitos peixes, que sua pescaria seja bem sucedida, que nada de mal lhes aconteça. Esta é a realidade de um povo específico, que já tem contato com a macro cultura (a cultura brasileira), e que já tem ouvido do Evangelho.
Hoje temos uma realidade em que os povos tribais no Brasil estão se integrando à sociedade envolvente (macro cultura – cultura brasileira), tentando um equilíbrio, utilizando-se de muitas coisas que a cultura brasileira oferece. Há uma interação maior entre índios e não índios.
Porém, há ainda vários povos indígenas no Brasil que ainda são mantidos isolados da realidade fora das suas aldeias. Infelizmente, a esses povos ainda não foi dada a oportunidade de poderem ouvir do Evangelho, pois o Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.